Certa ocasião alguém pediu a dois pintores que retratassem em suas telas algo que pudesse representar a serenidade. Algo que expressasse a serenidade do ser. O primeiro artista pintou em sua tela uma belíssima paisagem: um dia maravilhoso, o verde da vegetação enfeitado pelo colorido das flores, pássaros voando e um rio correndo suavemente.
O segundo artista retratou em sua tela uma forte tempestade, raios brilhando no céu, trovões, ventania e muita chuva. E sobre uma árvore um ninho de pássaros onde calmamente os filhotes eram aquecidos, sem mostrarem alteração nenhuma com o que estava acontecendo na natureza.
Entendemos que o segundo artista quis nos mostrar que a serenidade do ser não é um fator externo. A serenidade está dentro de cada um, não importante o que está externos ao nosso ser.
A serenidade faz parte do nosso processo evolutivo. Somos criaturas em aprendizado e buscamos uma vida harmoniosa, embora vivamos muitas vezes na inquietação e a ela nos acomodamos. Para muitas pessoas, o equilíbrio do ser é algo inatingível. Entretanto, não é bem assim como comumente se entende, afinal, o homem sereno também é um ser em evolução e possivelmente passará por provas e expiações como todos nós. Passar por provas e expiações enquanto encarnados faz parte de todos nós, espíritos em evolução. Ora, se fôssemos perfeitos não estaríamos aqui compartilhando o mesmo mundo com os demais. Estaríamos em mundos mais adiantados.
Caminhemos sem medo, enfrentemos as nossas quedas com coragem, com fé, aceitando que Deus sabe o que é melhor para cada um de nós. Busquemos o equilíbrio e a serenidade nos ensinamentos do nosso Mestre Jesus. Somos espíritos libertos, com direito de exercer o nosso livre-arbítrio, com todas as delícias e tormentos, pois tudo que acontece na nossa vida é um aprendizado e nos ajuda a evoluir.
Para encontrarmos o equilíbrio e a serenidade, é preciso compreender e vivenciar cada vez mais os ensinamentos do Mestre Jesus. Certa ocasião, disse Gandhi: “se todos os livros do mundo fossem destruídos e só restassem os escritos do ‘Sermão da Montanha’, a humanidade teria à sua disposição um conjunto de ensinamentos que levaria a felicidade e a libertação”.
Para os cristãos, todo este arcabouço de ensinamentos deixados pelo nosso Irmão Maior Jesus Cristo é a mais consoladora herança deixada para a Humanidade. Tal herança deve ser implantada em nossas vidas e em nossos espíritos. Posteriormente, Allan Kardec e a Espiritualidade Superior, orientados pelo Espírito da Verdade, nos recomendaram: “Espíritas, amai-vos e instruí-vos” (vide a obra Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. VI).
Muita paz a todos!
1 comentário
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Fevereiro 2, 2011 às 10:35 pm
Ana Carolina
Eis aí uma virtude que o meu espírito carece. Creio que precisarei de outras mais encarnações para aprender ser uma pessoa serena…
Mãe, fez bem ter comentado sobre a serenidade; o tema serenidade é muito importante e às vezes vem carregado de obscuridades. Muitas pessoas acham que a paz espiritual, isto é, a serenidade, significa a ausência de problemas ou de obstáculos. O que não tem nada a ver, afinal, os problemas e os obstáculos são nossas oportunidades de aprendizado e de iluminação interior e devem ser reconhecidas. Nesse sentido, o teólogo norte-americano e protestante Reinhold Niebuhr escreveu a oração da serenidade. Em sua parte básica, mais conhecida popularmente a oração diz assim: “Concede-me, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar as que eu posso e sabedoria para distinguir uma das outras”. Nessa oração podemos destacar quatro virtudes ou comportamentos básicos essenciais para a aquisição do equilíbrio e da harmonia com o mundo em que vivemos: serenidade, aceitação, coragem e sabedoria. Diante de sua realidade, o homem pode buscar duas situações: satisfazer suas necessidades considerando como valor as coisas do mundo material, ou colocando seu ponto de vista nos valores do espírito. Podemos então escolher entre buscar a paz do mundo ou construir a paz do Espírito, ou a paz que o Cristo nos deixou.
Beijos!